A Semana Santa é o período que
vai do Domingo da Ramos na Paixão do Senhor até ao Sábado Santo, como
preparação para a Festa da Páscoa.
Quando a Religião Católica foi
legalizada pelo Édito de Milão em 313, os baptizados que viviam em Jerusalém ou
nas cercanias da cidade, começaram a celebrar publicamente o aniversário dos
acontecimentos e dos lugares da paixão de Cristo identificados pela tradição, a
que chamaram os "Lugares Santos".
Faziam vigílias e procissões, e
liam as escrituras referentes aos fatos da Paixão do Senhor, especialmente a
leitura da Paixão. E muito do que hoje se sabe a
respeito da antiga Semana Santa e da Páscoa, veio sobretudo através dos
Peregrinos europeus que trouxeram essas práticas consigo e as repetiam todos os
anos.
Uma peregrina de Espanha chamada
Egeria, foi em peregrinação a Jerusalém em 381-384 e, quando voltou, escreveu
tudo o que viu num livro, e os cristãos observavam essas práticas todos os
anos.
Mais tarde a Igreja foi
incorporando algumas dessas práticas na Liturgia da Semana Santa.
PAIXÃO DE CRISTO
A Paixão de Cristo inclui todos
os acontecimentos referentes aos seus sofrimentos, desde a Última Ceia até à
Sua Morte, e que foram anunciados por Isaías desde 42,13 até 43,12, e depois
narrados pelos Evangelistas : Mat. 26 e 27;
Mc. 14 e 15; Lc. 22 e 23; Jo. 18
a 20.
Todavia quando se fala na Paixão de Cristo refere-se muito especialmente à narração da Paixão feita pelos Evangelistas :
- Mat. 26,36 a 27,66, que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, Ciclo do Ano A.
- Mc. 14 e 15, que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, Ano B.
- Lc. 22 e 23 que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor Ano C. Jo. 18 a 20 que se lê na Missa de Sexta-Feira Santa.
É evidente que, pela Sua Paixão, Cristo suportou muitos sofrimentos para nossa salvação, como : Degradação; Várias formas de sofrimento físico; Privação; Ultraje; Abandono e Morte.
Mas também é verdade que todos estes sofrimentos constituíram uma plena aceitação como uma passagem da morte à vida, de uma aparente derrota a uma verdadeira vitória, da cruz para a glória.
O Concílio Vaticano II na Sua Constituição sobre a Sagrada Liturgia afirma :
- Esta obra da redenção dos homens e da glorificação perfeita de Deus(...) realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão...(SC 5).(cf. SC 61).
Primitivamente era na manhã de
Quinta-Feira Santa, mas presentemente, por razões práticas, noutro qualquer dia
da Semana Santa, na Igreja Catedral o Bispo com a presença dos Párocos e com
delegações de leigos das diversas Paróquias, num ritual solene, celebra a Missa
Crismal para benzer os Óleos que se hão-de usar durante todo o ano :
- O Óleo dos Catecúmenos, usado no Baptismo das crianças e no catecumenato dos adultos.
- O Óleo do Crisma, usado no Baptismo e na Confirmação.
- O Óleo dos enfermos, usado na administração da Unção dos Enfermos.
TRÍDUO PASCAL
Aos últimos três dias da Semana
Santa, chama-se Tríduo Pascal, isto é, Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e
Sábado santo. Originariamente, não havia a
celebração da Semana Santa.
A Páscoa era celebrada no
contexto de um só dia : a Vigília Pascal que começava ao pôr do sol de Sábado e
continuava até ao fim do primeiro dia da semana, o Domingo. No século V, o Mistério Pascal
ficou fragmentado em várias peças, por influências de Jerusalém.
O núcleo chamou-se "Tríduo
Sagrado": de Sexta-Feira até à manhã de Domingo, em memória da Morte,
Sepultura e Ressurreição. Mais tarde foi acrescentada a
Quinta-Feira porque os dias eram contados a partir da véspera de Sexta-Feira.
Com o fim das perseguições aos
Cristãos, o imperador cristão proibiu toda a espécie de entretenimento durante
esta semana e daqui saiu a tradição de que todos os prisioneiros deviam ser
perdoados. Os três dias de Quinta-Feira,
Sexta-Feira e Sábado da Semana Santa foram considerados como dias santos.
Desde então a Igreja celebra o
Mistério das salvação, nas suas três fases (Paixão, Morte e Ressurreição), no
decorrer de três dias, que constituem o ponto culminante do Ano Litúrgico.
Deste modo, não podemos
identificar a Páscoa apenas com o Domingo da Ressurreição. Isso seria mutilar uma realidade
extremamente rica e reduzir-lhe as dimensões.
"O plano divino da Salvação
em Cristo não pode fragmentar-se, mas deve ser considerado como um todo
único".
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Vamos crescer na fé amados de Cristo!!