Tentando passar a ideia de que os chefes das nações e dos estados devem submeter seu governo ao querer de Deus e ao aval de Jesus o filho de Deus e Rei, é que foi criada a festa litúrgica de Cristo Rei, vejamos:
No dia 11/12/1925, é Criada uma Carta que inaugura a Solenidade de Cristo Rei, percebe-se o empenho do Papa Pio XI em proclamar
solenemente o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, através da
instituição de uma nova Festa litúrgica. O mesmo documento pontifício traz para
os católicos, além das justificativas da criação da solenidade deste domingo,
os fundamentos da Realeza de Cristo.
Cristo é, literalmente, Rei, tanto em sentido
metafórico quanto em sentido próprio. Rei em sentido metafórico, porque reina
sobre as potências da alma humana: sobre a inteligência, através da Verdade
(que é Ele mesmo, cf. Jo 14, 6) e de Sua extensão às ciências naturais; sobre a
vontade, através do incentivo dado aos homens a que se empenhem pela santidade
e pelas causas mais nobres; sobre a sensibilidade enquanto "Rei dos
Corações", por conta de Sua caridade "que excede a toda
humana compreensão" (Ef 3, 19), e Sua bondade, que atraem a todos os
corações humanos. Rei em sentido próprio porque, em sua natureza humana,
recebeu do Criador "poder, honra e realeza" (Dan 7, 13-14) para
reinar sobre os demais homens; e, em sua natureza divina, é consubstancial ao
Pai, sendo ao Criador igual em tudo e tendo, portanto, suprema e absoluta
soberania e domínio sobre todas as criaturas.
Esta Realeza de Cristo é atestada em ambos os
Testamentos, em várias passagens das Sagradas Escrituras:
- do Antigo Testamento, cite-se, entre outras
palavras, as do profeta Daniel: "Eu considerava estas coisas numa
visão de noite, e eis que vi um, como o Filho do Homem, que vinha com as nuvens
do Céu, e que chegou até o Antigo dos dias; e eles o apresentaram diante d'Ele.
E Ele Lhe deu o poder, e a honra, e o reino; todos os povos, e tribos e línguas
o servirão: o seu poder é um poder eterno, que Lhe não será tirado, e o seu
reino tal, que não será jamais corrompido" (Dan 7, 13-14).
- do Novo Testamento, é tanto o próprio Cristo a
declarar Sua Realeza, como
no Evangelho segundo São Mateus - "Todo
poder Me foi dado no Céu e sobre a Terra"(Mt 28, 18b) - quanto os
Apóstolos a ensiná-la, como São Paulo disse aos Hebreus -"Deus, tendo
falado outrora, muitas vezes e de muitos modos, a nossos pais, pelos profetas;
ultimamente, nos nossos dias, falou-nos por meio de seu Filho, a Quem
constituiu herdeiro de todas as coisas." (Heb 1, 1-2).
No plano litúrgico, a Encíclica Quas
Primas também apresenta mais justificativas para a instituição de uma
comemoração a Cristo Rei. Desde há muito tempo antes da instituição desta
Festa, a Liturgia Católica já apresentava oportunas e claras referências a Cristo
como Rei, em geral presentes nas fórmulas de antigos Ofícios Divinos. Também
noutras fórmulas litúrgicas ainda hoje usadas há referências ao Reinado de
Nosso Senhor, das quais uma das mais repetidas pelos fiéis católicos está
contida no Credo de Niceia e de Constantinopla, recitado todos os
domingos nas Missas Tridentinas: "...cujus regni non erit
finis" (Seu Reino não terá fim).
Foi então ordenado que o último domingo de outubro
fosse reservado à Festa de Cristo Rei, e no Calendário Litúrgico Antigo a
solenidade de Cristo Rei permanece em tal domingo. Embora Pio XI atribuiu a
esta Festa, "de certa forma", um "caráter de encerramento do Ano
Litúrgico", depreende-se também da Encíclica que o Papa optou por situá-la
não no encerramento "no tempo" do Ano Eclesiástico (sempre na 2ª
quinzena de novembro), mas mais perto da Festa de Todos os Santos (1º dia de
novembro) - um domingo antes do Dia de Todos os Santos, melhor dizendo - para,
antes de (e mais importante que) cantar a glória destes que foram salvos por
Cristo, cantar a glória dAquele que os salvou, que, enquanto Rei de todas as
criaturas, é também o "Rei de Todos os Santos".
Adveniat regnum tuum!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. PIO XI. Carta Encíclica Quas
Primas Sobre a Festa de Cristo Rei.Disponível no site
2. LEFEBVRE, Gaspar (OSB). Missal Romano
Quotidiano Latim-Português, pág. 1356. Bruges, Bélgica: Biblica, 1963.
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